Os caminhos traçados para a existência da comunidade LGBTI+ parecem ter sido escritos sob a grandiosa necessidade de sempre haver a necessidade de marcar posições em forma de protesto para a garantia de uma existência livre e com garantias de direitos.
Durante vários períodos descritos na história dos mais variados países, líderes foram alçados ao poder político e muitas vezes religiosos escorados em discursos eivados do mais puro preconceito, nas suas mais diversas representações: homofobia, racismo, misoginia, xenofobia etc. Tais líderes foram responsáveis pela perseguição e massacre de uma parcela das sociedades consideradas por estes como uma casta inferior.
Os tempos mudaram, algumas sociedades evoluíram, mas outras seguem direcionando poderes a líderes que não gozam do mínimo de humanidade em seus corações, não se preocupando com a garantia das liberdades individuais e dos direitos humanos.
A exemplo dos absurdos existentes na atualidade mencionados anteriormente, citamos o caso do atual Presidente da Polônia, Andrzej Duda, reeleito recentemente. O referido presidente pautou-se em todo seu mandato anterior e em campanha que o levou à vitória em conceitos retrógrados, conservadores ao extremo, na homofobia e até mesmo no antissemitismo, ideais vistos nas ações mais que reprováveis do fascismo de Mussolini e do nazismo de Hitler.
Porém, como inicialmente dito, nossa existência segue marcada pela resistência, e este fora o caso ocorrido na passada quinta-feira, 06 de agosto do corrente ano, data na qual dez deputadas de uma coligação entre partidos da esquerda polonesa (Lewica), protestaram de forma silenciosa, porém marcante, utilizando roupas e máscaras nas cores da bandeira LGBTI+, e erguendo cópias da Constituição durante o discurso de posse do mesmo.
Tal protesto fora uma forma de lembrar ao atual presidente que a Constituição vigente naquela nação garante igualdade de direitos a todas as pessoas, sem qualquer distinção, dizem as deputadas responsáveis pelo brilhante protesto.
É mister salientar que as atitudes do referido presidente demonstram o caráter desumano de inúmeros líderes espalhados pelo mundo, que creem que a comunidade LGBTI+ propaga uma ideologia nefasta e destrutora. Ao que parece, tais líderes esquecem-se da trave existente em seus olhos, pois dizendo-se guardiões da moral, dos bons costumes e até mesmo de valores cristãos, se arvoram na propagação de uma ideologia persecutória aos direitos humanos, ideologia esta que afia a todo o momento a faca do preconceito que ceifa milhões de vidas todos os anos.
Não há lugar em nenhuma nação que se diga defensora e garantidora dos direitos humanos e das liberdades individuais para a existência dos fantasmas do fascismo e do nazismo, responsáveis pela morte de milhões, apenas por serem ou pensarem diferente do que consideravam correto. Ora, os campos de concentração nazistas, que além de judeus aprisionaram milhares de homossexuais, não foram e nunca serão contos da carochinha, ou apenas lendas na história, são marcas sangrentas que não aceitaremos que se repitam sob qualquer pretexto!
A Aliança Nacional LGBTI+, seguindo assim sua missão de combater toda e qualquer forma de preconceito ou violação aos direitos humanos, parabeniza todas as parlamentares polonesas envolvidas no protesto supracitado, declarando seu total e amplo apoio para seguirmos neste combate justo e necessário a toda e qualquer forma de opressão.
Outrossim, a Aliança Nacional LGBTI+ manifesta o mais profundo e veemente repúdio às atitudes e falas do atual presidente Polonês, Andrzej Duda, declarando que em nossa nação, nação livre, signatária defensora dos direitos humanos, apesar do atual cenário desumano, pessoas como este ser não são bem-vindas, devendo ser consideradas “personae non gratae”.
É urgente que as organizações internacionais de defesa e garantia dos direitos humanos, manifestem-se sobre tais casos, investigando-os, dando o devido andamento aos procedimentos legais necessários para averiguação e punição dos referidos culpados, com todo o rigor previsto nas leis e acordos existentes.
10 de agosto de 2020
Toni Reis
Diretor Presidente da Aliança Nacional LGBTI+
Rafaelly Wiest
Diretora Administrativa da Aliança Nacional LGBTI+
Coordenação de Área Trans da Aliança Nacional LGBTI l+
- Alessandra Ramos – Coordenadora Titular
- Layza Lima – 1°Adjunta Suplente
- Lana Larrá – 2°Adjunta Suplente
- Camile Nascimento – 3°Adjunta Suplente
Pr. Gregory Rodrigues Roque de Souza
Coordenador Estadual da Aliança Nacional LGBTI+ em MG
Coordenador Nacional de Notas e Moções da Aliança Nacional LGBTI+