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NOTA OFICIAL – Nota de Pesar pela morte violenta da Kelly

Curitiba, 23 de janeiro de 2019 – A travesti Kelly da Silva, 35 anos e natural do Pará, foi morta em Campinas-SP na madrugada desta segunda-feira. O assassino confessou ter tido relação sexual com Kelly e em seguida ter “arrancado” o coração dela porque considerava que “era um demônio”. Guardou o coração enrolado em um tecido embaixo de um armário e colocou a imagem de uma santa no corpo da Kelly.

Por mais difícil que seja, assista a este vídeo do assassino confesso e tire suas próprias conclusões.
https://www.youtube.com/watch?v=_goltNbj7mI

Estamos estarrecidos com essa morte violenta, que é um exemplo dos tantos que ocorrem no Brasil, o país que mais mata as pessoas trans, segundo a organização Transgender Europe.

Como reflexão, esperamos que a morte da Kelly abra os corações, no sentido figurado, dos religiosos que nos respeitam e, principalmente, dos que não nos respeitam. Com absoluta certeza, não foi nenhum líder religioso que arrancou o coração da Kelly, mas supomos que tenha sido um religioso dogmático fundamentalista que“afiou a faca.”

O assassino pode até ter problemas mentais, mas alguém desta cultura transfóbica inculcou em sua mente que suas mãos “santas” deveriam “eliminar o demônio.” Já ouvimos textos parecidos da boca de certos religiosos.

Que a morte de Kelly não seja em vão. Que abramos o coração para o respeito ao ser humano, independente de raça, credo, questões ideológicas e, principalmente, por questões de identidade de gênero. Os discursos de ódio afiam as facas de assassinos para matar a comunidade LGBTI+.

A Aliança Nacional LGBTI+ pede e roga que as autoridades competentes julguem este caso com todo o rigor da lei e recomende à sociedade menos preconceito, menos discriminação, menos violência e menos transfobia. Que o Brasil siga o exemplo da Colômbia, onde recentemente o assassino de uma mulher trans foi condenado a 20 anos de prisão por “feminicídio qualificado”, enquadrando o acontecido na categoria de crime de ódio baseado em gênero e reconhecendo a identidade de gênero da vítima.

Toni Reis
Diretor Presidente
Aliança Nacional LGBTI+

Rafaelly Wiest
Diretora Administrativa
Aliança Nacional LGBTI+

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